
As diferenças entre as frotas japonesa e brasileira são perceptíveis,
mas se usarmos o grau tecnológico de cada um como um fator comparativo,
poderemos dar destaque a algumas fazer observações.
As
embarcações nipônicas são como pequenas indústrias de beneficiamento de
pescado dotadas de alta tecnologia. São equipados com um sistema de
rastreamento de cardumes e grandes frigoríficos com temperaturas
extremamente baixas que diminuem a necessidade de voltar ao porto para
reabastecimento de gelo, descarregamento do produto e assim permitindo o
permanecimento em alto-mar por meses.
Barcos brasileiros são
bem inferiores nesse requisito e não possuem essas tecnologias abordo.
Têm menos autonomia em alto-mar e por isso precisam voltar ao porto com
mais frequência.
O Japão é um grande consumidor de atum, e no
Brasil, a pesca dessa espécie é feita em maior escala no litoral do
estado do Rio Grande do Norte, pois está localizado perto de cardumes de
espécies migratórias. A pesca do atum nesse estado vem crescendo desde
1998 após a liberação do uso de barcos estrangeiros arrendados para essa
prática com o intuito de gerar empregos e aprimorar a mão-de-obra na
área.
O arrendamento das embarcações japonesas para a pesca o
atum, gera um aumento na produção, logo que nas mesmas são usados
espinhéis mais eficientes de 180 a 400 metros de profundidade, ao
contrário da tecnologia brasileira que não é apropriada, trabalha com
espinhéis de até 80 metros e não é suficientemente seletiva. Essa é uma
oportunidade que traz tecnologias avançadas, capazes de alavancarem a
pesca oceânica no Brasil, podendo atingir 80% de atuns no total pescado.
Autor da Matéria: Gabriela Meireles.